Marshal viveu por um segundo.
- Eu digo "não", e você diz, "sim, sim", dois sim para cada não que eu digo. Ah, não. Você é tão meu, Marshal. Tão meu você é. Nós andamos pela casa, ao amanhecer, e tocamos nos móveis, com medo de tropecar. Mas você, não, Marshal. Eu apago as luzes, e você não grita. Eu tiro a tomada do rádio, e você não grita. Eu queimo suas palavras com o ferro quente, e você se cala. E você me ama, Marshal. E me ama tanto, tanto, que eu quase não suporto. Cantamos bem bonito de madrugada, bem alto, porque eu canto, e você me acompanha. Eu frito ovos, você suja a cozinha. E eu te amo enquanto você suja tudo, enquanto destrói o tapete com molho branco, enquanto quebra as garrafas de vinho mais velhas que o meu avô. Eu te amo, Marshal. Eu te amo tanto e tão profundamente, tão grande, tão doloroso, Marshal. E repito teu nome, letra por letra, Ême-A-Érre-Ésse-Agá-A-Éle. Oh, Marshal. Você é tão meu, e eu sou tão sua. E somos tão nossos. Eu choro, você ri. Eu rio, você chora. Eu te bat