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Mostrando postagens de abril, 2013

Isso, o eterno

O sopro da tua vida foi embora E eu já não sei mais o que escrevo Ou de que forma construir o belo Não sei me usar como martelo para Esculpir mais nada Tive ideias, lampejos Mas já não vejo nem fantasmas Do que vi Isso, o eterno, Escolhe sempre formas diversas E eu me questiono O que será de mim ao renascer? Penso que tuas mãos serão pó, Que teu cabelo será pó, Que teu pó será pó Eu sei que Isso Não tem endereço Reside sempre Em muitos cantos Mas, algum dia, Hei de alcançar Todos os lugares E não-lugares Deste mistério.

Larga distância

Quero ser épica Mítica Escrever sobre os problemas da política Os sem-vergonhas do Brasil Mas ao meu lado Só se encontra um Rivotril Um blockbuster alugado E uma foto rasgada Do amorzinho traíra Vai ver nasci pra ser clichê.

Do que não sou

Amanhece E e o céu está azul bebê Acabou de nascer Com nuvens de algodão E esquinas perigosas Sempre perigosas Não importa a hora Almas ruins adormecem e acordam Sem paralelismo (às vezes, a casa é mais perigosa do que a rua) Eu deveria estar dormindo Ter lido mais cedo Ter seguido horários Ou, do contrário, Ter feito o que quero Fiquei no meio, porém, E me fiz refém Do meu próprio mistério Agora, os pássaros piam Imitam corvos E gritam que nunca mais Nunca mais vou me ajeitar Vou sempre escrever antes de dormir E dormir na hora de acordar E endoidar antes de tudo Mas, depois, voltar a ser normal A pena é que descobri Que gente normal não ouve Corvos falantes, Nem mesmo pássaros que piam, Porque dorme E um toque de alarme basta E não se atrasa nunca Eu adoraria voltar, Ao menos por um dia, A ser muito normal Mas eu não volto a ser O que nunca fui E eu prefiro olhar o meu pé Rosinha, Pela luz do sol que entra Pela janela Quando eu d