Postagens

Mostrando postagens de junho, 2022

Amanhã

E quando não houver mais Futuro a ser pensado Que farei eu com O presente? E o passado será capaz De ter em paz O seu destino? Poderei eu dormir Sem relutar? Seja uma noite Ou toda a vida Junto às estrelas E passarinhos - Virei ao ninho  Por não saber Outro lugar? Ah, o futuro... A Deus pertence! E, se Ele não existe, É certo que não pertence A ninguém (Ousei roubá-lo Mas como furtar  O que somente  O nada tem?) Só de interrogações  E parênteses abertos Vive o pensamento - O meu, ao menos, Que o teu agora Se perde em vagas E esparsas linhas. 

Inábil

  não durmo bem ou sequer durmo e quando durmo também não sei como se acorda tenho alergias a todo tempo se o tempo muda eu mudo junto me adoece a passagem dos dias, das horas e dos segundos sou inábil para o mundo não me ensinaram o modo certo ou menos doído de estar aqui (só aprendi sem o acento) sei que ninguém foi cem por cento bem ensinado e que nem mesmo há modos certos modos errados mas os outros parecem ter aprendido alguma coisa e eu nem sei  que coisa é esta onde se encontra como se usa sou tão confusa e tão dispersa sou inábil para a vida e devo ser também  para a morte alguma vantagem haveria de ter ser desse jeito ou apenas ser.