Passado
A morte protege o passado Nunca poderemos perguntar Aos nossos tataratataratataravós Como era o mundo em 1852 Ou mesmo antes de Cristo A língua também nos separa E os nossos tataratataratataravós Sequer nos entenderiam: As questões de hoje Nunca chegarão ao ontem Nem se fossem escritas Pelo avesso Restam somente pegadas De outro tempo Ossos De outro tempo E mistérios eternos Até que alguém os desvende E possa descobrir se nossos Tataratataratataravós Viraram poeira cósmica Ou se ainda fazem crochê Num banco em meio Ao céu.