Segredo nosso.
Eu o olhei, ele revidou. Eu que sempre fui contra a vingança e essa me agradou. Havia alguma coisa nele, além do óbvio. Ele parecia me olhar como se soubesse que eu não o sei, e usasse isso a seu favor. Covarde. Sim, covarde, pois sabe o quanto me encanta, e eu odeio que me saibam. Eu não sei se seus olhos diziam "eu sei quem você é" ou "você não sabe quem eu sou", só sei que, de algum jeito, ele me atraía. Eu gosto é do mistério: o jeito com que você sorri sem querer, o final e o começo do som da sua risada, aquilo que você esconde nela, tanto que você conta e omite ainda mais... És tão eu. A gente se olha como quem guarda um segredo que nenhum dos dois conhece, um segredo para nós mesmos: um para e ao outro. Deveríamos nos encontrar, existindo ou não o destino. Se não, a gente criava. E nosso destino só se cruzaria, não era contínuo, não. Ia acabar, embora nem houvesse começado. A gente só devia se olhar, naquele momento, guardar o segredo e viver suas vidas. E, e