Hoje, Em tua casa, surgirei Em teu caminho Em pleno corredor: Estarei eu Atrás do teu espelho: Estarei eu Em breve despertar: Estarei eu Em tudo que fizeres: Estarei eu Habito um mundo que Já não mais me pertence E talvez nunca tenha Mesmo pertencido (São os fantasmas Inquilinos odiados, Ou os deixamos morar em Nossos quartos E os chamamos quando Sozinhos, Sem testemunhas? Será preciso estar morto Para assombrar? Onde tu moras, Ser estranho E conhecido? Dentro de mim, Ou há ainda Outro lugar?) Há uma morada em mim Que desconheço E nela jaz a minha paz A nada entendo: Ainda estás vivo, E, se te mato, Tenho um motivo: O espaço do amor É o da morte Estou perdida Como todos do universo E aceito o desejo Como o meu guia Por isso tropeço Tanto tanto E tanto.