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Mostrando postagens de novembro, 2014

Pós-qualquer-coisa

Sou tão falsa, Tão inexistente em meio ao mundo, Que só a torneira inteligente do banheiro Ultra-moderno me reconhece E se abre pra mim Eu, que ainda penso em futuros distantes E cabelos brancos. Minha existência inteira é uma falácia Que vira pó no banheiro de um shopping Qualquer Igual a qualquer outro Tão grande quanto qualquer outro E tão sozinho no apagar das luzes Porque modernidade nenhuma ultrapassa A morte. Sou tão passageira quanto a água da Torneira, que desce ralo abaixo Na minha frente Sem a mínima dó Como se dissesse que, sim, Um dia serei eu.