Olho esta planta

Olho esta planta
E lembro que me deste
Cheio de promessas
A primeira de muitas
(Promessas, não plantas)

Olho esta planta
E penso em ti
Em como meu afeto
Com ela se parece
Cresce, cresce
Distante
Sem a menor fé
Como se pudesse cair
Num breve instante

Não a toco por medo
De me ferir:
É uma bela planta
Mas é mais espinho
Do que planta

Esta planta vive
Através de ausências
Mantenho distância
Mas sempre a olhá-la
Esta planta que acabou
Por ser a última
Hoje me recorda das
Coisas supremas
Que eu não vivi
E talvez somente por isso
Unicamente por isso
Eu ainda a deseje

A felicidade,
Talvez nunca se
Possa pegá-la
E as promessas atraem
Por si só

É necessário crer
É preciso crer
Que amanhã será
Um grande dia
Ainda que não o seja
Jamais.

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