Isso, o eterno

O sopro da tua vida foi embora
E eu já não sei mais o que escrevo
Ou de que forma construir o belo
Não sei me usar como martelo para
Esculpir mais nada
Tive ideias, lampejos
Mas já não vejo nem fantasmas
Do que vi

Isso, o eterno,
Escolhe sempre formas diversas
E eu me questiono
O que será de mim ao renascer?
Penso que tuas mãos serão pó,
Que teu cabelo será pó,
Que teu pó será pó

Eu sei que Isso
Não tem endereço
Reside sempre
Em muitos cantos
Mas, algum dia,
Hei de alcançar
Todos os lugares
E não-lugares
Deste mistério.

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