Lendo um livro no notebook, acabei lembrando dele, e tive que pegar o carregador e conectá-lo na tomada, pra não me distanciar. E não posso deixar as lágrimas caírem: há gente aqui. Gosto tanto dele. Tanto, tanto, tanto, tanto. Por quê? Não sei. Mesmo. E eu olho pra este telefone como se fosse minha salvação: parece que estás dentro dele. Eu preciso pegá-lo, colocá-lo na orelha, discar oito números e dizer "alô? vou praí, você sabe". Mas não posso. Não posso porque não sei. Não sei dele, não sei de mim. Eu preciso ver se você está, no que pensa... Parece que és onipresente e tá em todo lugar. Saio, você tá. Chego, você tá. Sorrio, você tá. Choro, você tá. Penso, você tá. Está em todo lugar, a todo momento, em todo pensamento, em todo sentimento, em todo gesto, palavra, rua, esquina, padaria, até quando sinto cãibra no pé, você está. E eu não quero que vá embora. Não quero, não. Não que eu não possa, eu só não quero mesmo. É muito melhor contigo. É muito mais doce, tenho mais ...