Duas letras e uma palavra.

Não me peça muito, sou chata e, às vezes, contraditória. Dizem que sou louca. Não gosto de rotina, nem de horários, não planejo. Amo a liberdade: pássaros são bonitos voando alto, para onde querem. E voltando, quando criam o próprio lar. Prezo a fidelidade, lealdade e muitos outros "ade". Esteja comigo por gostar de mim, não por obrigação. Não espero um final feliz, nem triste, mas quero um caminho bom. Quando estou certa, não ache que te procurarei. Sou orgulhosa, mas sei me desculpar ao estar errada. Deixo a vida seguir seu ritmo, mesmo quando nenhuma música toca. E tenho minha trilha sonora. Sinto-me ótima ao ver sorrisos, gengivas sinceras. Procuro resumir, mas falo demais. Penso muito antes de decidir, mas, quase sempre, falo tudo o que acho. Não me chame para blocos, que eu detesto carnaval. Gosto muito de lugares mais calmos, com pessoas que gosto. Sou um pouco falsa, não há quem não seja, mas procuro ser o mínimo possível. Em geral, se não gostar de você, não fingirei, me afasto. Se gostar, talvez eu te irrite, mas estarei junto de alguma forma. Vou falar se não acho sua jaqueta de oncinhas com brilhos exagerados bonita, ou se você estiver chato, mas caso minha opinião seja pedida. Não acredito em deus, nem te obrigo a achar o mesmo. Não procuro ser moderna, original. Sou eu, seja tradicional ou nova. Mesmo quando não achar que você está com a razão, muitas vezes, direi que sim. Ou seja, suas reclamações acabaram com minha paciência. Meu humor é um pouco inconstante. Não espero nada de ninguém. Rio de cada tropeção meu. Não estou no meio-termo. Sou sarcástica, sincera brincando. Não discuto relação alguma, nem de amizade, nem de amor. Deixarei claro quem sou, pela forma que ajo. Quero, e vou, me formar em medicina, mesmo que demore. Tenho algumas inseguranças, mas as ignoro. Sou fechada com desconhecidos, mesmo que conviva há anos. Com proximidade, rirei da sua e da minha cara. Acho ridículas as gírias como "vibe", ou abreviações como "facul". Se você teve oportunidades, deve saber escrever na própria língua. Sou muito jovem, mas também muito velha. É meu lado insuportável, mostro para poucos. Descrevo uma alma, ou um cérebro, que habita em mim, mas ainda não sabes de 10%. Cem por cento seriam assustadores. Essa, em cada ponto, duas letras e uma palavra, sou Eu.

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