Explique-se.
- Você é encantador.
- Eu te encanto, é?
- Encanta, sim. Me encantam esses teus sorrisos e motivos bobos, e o teu jeito de contar as coisas mínimas que te acontecem. Gosto muito da tua criança de sempre, que não cresce. Eu te acho especial.
- Especial?
- Você pergunta tudo? Não acredita no que digo. Preste atenção: eu lhe adoro.
- Como é adorar?
- É querer bem ao outro, é sentir-se melhor ao vê-lo, é querer estar perto por mais tempo, é querer saber o que o outro gosta... Eu sempre esperei esse momento, assim, de olhar no fundo dos teus olhos pretos e dizer o que eu sinto. Eu precisava jogar isso pra você, era pesado demais pra mim. Eu me vejo em você. Me vejo tanto, tanto. Nas suas manias, nos seus gestos, no seu jeito de contar o que comeu pela manhã. No seu olhar, nas suas dúvidas, na tua forma e ritmo de andar, na sua angústia, principalmente nela. Somos sós, por mais juntos que estejamos.
- Eu não sou só.
- É sim, tanto é que parou de perguntar. Preocupou-se em negar: e só negam os sozinhos. Vamos parar com isso, nada do que eu diga te convencerá.
- Me convencer de quê?
- De que viver não pode ser explicado assim, em uma lanchonete, às 19:00 de um sábado. Parou de chover, sinal de que não precisamos mais esperar aqui.
- Não posso te deixar sozinha.
- Querido, eu nunca estou só, minha solidão me acompanha, e você com a sua, também. Você tá aqui o tempo todo, de minuto em minuto, a cada esquina eu te espero, te procuro em cada pessoa, busco seu cheiro. Não há sequer um momento em que não estejas.
- Olha, eu te adoro também.
- Agora é minha vez: por quê?
- Por nada.
- Obrigada.- Eles sorriram e foram embora, em ruas diferentes, sentidos contrários e em mesmo pensamento.
- Eu te encanto, é?
- Encanta, sim. Me encantam esses teus sorrisos e motivos bobos, e o teu jeito de contar as coisas mínimas que te acontecem. Gosto muito da tua criança de sempre, que não cresce. Eu te acho especial.
- Especial?
- Você pergunta tudo? Não acredita no que digo. Preste atenção: eu lhe adoro.
- Como é adorar?
- É querer bem ao outro, é sentir-se melhor ao vê-lo, é querer estar perto por mais tempo, é querer saber o que o outro gosta... Eu sempre esperei esse momento, assim, de olhar no fundo dos teus olhos pretos e dizer o que eu sinto. Eu precisava jogar isso pra você, era pesado demais pra mim. Eu me vejo em você. Me vejo tanto, tanto. Nas suas manias, nos seus gestos, no seu jeito de contar o que comeu pela manhã. No seu olhar, nas suas dúvidas, na tua forma e ritmo de andar, na sua angústia, principalmente nela. Somos sós, por mais juntos que estejamos.
- Eu não sou só.
- É sim, tanto é que parou de perguntar. Preocupou-se em negar: e só negam os sozinhos. Vamos parar com isso, nada do que eu diga te convencerá.
- Me convencer de quê?
- De que viver não pode ser explicado assim, em uma lanchonete, às 19:00 de um sábado. Parou de chover, sinal de que não precisamos mais esperar aqui.
- Não posso te deixar sozinha.
- Querido, eu nunca estou só, minha solidão me acompanha, e você com a sua, também. Você tá aqui o tempo todo, de minuto em minuto, a cada esquina eu te espero, te procuro em cada pessoa, busco seu cheiro. Não há sequer um momento em que não estejas.
- Olha, eu te adoro também.
- Agora é minha vez: por quê?
- Por nada.
- Obrigada.- Eles sorriram e foram embora, em ruas diferentes, sentidos contrários e em mesmo pensamento.
Emanuele,
ResponderExcluirLindíssimo diálogo. Adoro esse estilo. Coisas poucas faladas, mas muito entendidas. Coisas cruas e simples colocadas.
Coisa de gente muito inteligente, como você deve ser.
Me lembra diálogos curtos, graves, definitivos, que li em alguns poucos escritores maravilhosos.
Beijos
Carla
Olá, Emanuele...
ResponderExcluirNavegando pela internet, achei este seu espaço...
Mesmo não sendo bem o seu público-alvo, gostei muito do seu blog, suas idéias, sensibilidade e seu bom gosto...
Parabéns pelo trabalho! Estou te seguindo.
Saudações,
EDU (http://edurjedu.blogspot.com)
"Você tá aqui o tempo todo, de minuto em minuto, a cada esquina eu te espero, te procuro em cada pessoa, busco seu cheiro. Não há sequer um momento em que não estejas. "
ResponderExcluirTão verdade! *-*
"- Olha, eu te adoro também.
ResponderExcluir- Agora é minha vez: por quê?
- Por nada.
- Obrigada.- Eles sorriram e foram embora, em ruas diferentes, sentidos contrários e em mesmo pensamento."
Podemos sempre recorrer ao pensamento mesmo quando os abrigos do coração percorrem caminhos distintos.
Belíssimo diálogo!
Beijos, Felipe.